quinta-feira, 16 de abril de 2009

Onda eletromagnética

Eu venho perdendo as pessoas, eu sei disso. Mas sou desapegada. Guardar pequenas pessoas e coisas não está em mim, e por muito continuará desse jeito. Não me importo de perder certas relações; elas vão saindo lenta e naturalmente, como lágrimas silenciosas e indolores. Quando vi, já se foram. E só o que fica são memórias. Não transporto matéria, só energia. Tal como o professor de física disse que as ondas faziam. E então, somente se houver muita energia, aquela pessoa fica em mim e se materializa em minha rotina. Perco as pessoas, mas as histórias sempre ficam. E agora, viajando desesperadamente pela vida, só quero memórias. Pessoas demais cansam, enchem, atrapalham. Lembranças se acumulam, se sobrepõem, se complementam. E ficam. Até que provem o contrário.

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