terça-feira, 20 de abril de 2010

Maybe I don't really wanna know

- Como a gente chegou até aqui?

- Ah... eu me pergunto isso todos os dias...

- Eu te amei tanto, sabe?!

- Eu te amo tanto.

- Eu também. Eu também acho que te amo. Mas não assim.

- Assim como?

- Assim, desse jeito teu.

- Desse jeito meu? O que eu tenho de errado?

- Não... não tô falando do teu jeito de ser. Tô falando do teu jeito de amar.

- O que tem de errado no meu jeito de amar?

- Não há nada de errado nele.

- E então...?

- Só é diferente do meu. Só isso. Aliás, mais que isso: eu não te amo do jeito que você me ama.

- Eu sei disso.

- Acho que nos separamos a partir do momento em que o nosso amor mudou de foco...

- O meu amor não mudou de foco. O seu mudou. Eu fui obrigado a mudar porque você mudou.

- É, o meu.

- Pois é.

- Será que teríamos dado certo?

- A gente deu certo por anos.

- Eu sei. Mas será que teríamos dado certo depois?

- Não tenho a mínima ideia.

- É... ideia eu tenho. Mas não tenho certeza.

- Claro.

- Por que o seu amor mudou de foco?

- Não sei. Não sei nem se mudou mesmo. Não sei nem se a palavra certa pra isso é foco.

- Então por que você disse isso? Depois de tanto tempo, você ainda consegue me confundir.

- Foi uma hipótese. Adoro hipóteses.

- Eu sei...

- Não, você não sabe. Você não me conhece.

- Talvez não mesmo.

- É, eu sei.

- Não, você não sabe. Você não me conhece, também.

- É. Talvez não conheça mesmo.

- Sabe de uma coisa? Ainda penso em ti.

- Eu também penso. Diferente, mas penso.

- O que tem de diferente?

- Agora penso porque quero. Não com você me sufocando 24 horas por dia.

- Então você ainda me ama? Você ainda pensa?

- Não. Não desse teu jeito, já disse.

- Então de que jeito?

- Não sei. Está fora da minha concepção imaginar outra forma de amar alguém. Então sigo amando e pensando assim, meio torto.

- Você sempre me amou meio torto.

- É. Talvez agora esteja amando certo. Talvez seja você que nunca me amou certo.

- Talvez agora nos amássemos certo.

- Talvez nunca tivéssemos nos amado certo, e talvez agora não nos amássemos mais.

- É. Talvez...

- Talvez.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Undisclosed desires

Eu quero alguém aqui agora pra me fazer um carinho qualquer. Pode ser só um beijinho na bochecha... já me serve. Eu queria alguém que ficasse quietinho só sentindo eu melhorar com o calor do corpo dele. Alguém que ia me amar independente de qualquer coisa e que cuidaria de mim até eu resolver sorrir de novo. Essa pessoa já existe, eu sei. E eu não precisaria pedir por ela. Mas não a tenho. Por isso peço, desesperadamente, por qualquer um que faça qualquer carinho tolo. Não sou exigente. Não agora, não com isso. Mas sou imediatista. Quero as coisas agora, quero fazer agora e ver o resultado agora! Quero amar agora, beijar agora, morder agora, brigar agora! Eu sempre soube que esse meu defeito ridículo de não conseguir esperar ainda ia estragar tudo. Já estragou tanta coisa boa e boba, e agora acaba de estragar a melhor das coisas bobas que já tive em toda a minha vida medíocre. Eu declaro, entre lágrimas quentes e descontroladas, que tu és, e sempre será, a pessoa mais linda do meu mundo. A pessoa que mais amei, que mais me fez feliz, que consegue tirar o melhor de mim todos os dias. Eu te amo tanto que sinto que a palavra amor é pequena e mesquinha demais pra descrever o monte de coisa maluca que sinto por ti. Eu te amo tanto que não consigo guardar tudo em mim. Preciso de um coração maior, um cérebro maior, uma alma maior. Eu te amo tanto que o meu maior sofrimento é te ver tendo que concordar com as minhas burrices porque eu não te dei nenhuma outra saída. Porque eu sou covarde. Eu queria inventar uma língua nova só com palavras que fossem capazes de explicar tudo o que eu sinto por ti. Eu queria que você morasse aqui do lado ou que tivesse um jatinho, porque assim que eu te mostrasse isso, ao invés de sofrer e querer me matar, você ia vir direto até mim e me esmagar até eu sufocar de tanto beijo na bochecha e mordida na orelha. A tua presença é tão marcante, às vezes, que consigo sentí-la no meu próprio corpo. Exceto pelo fato de que na maioria das vezes, evito pensar em quão boa é a tua presença, porque pensar dói. Eu queria escrever tanta coisa pra ti... eu queria que tu entendesse tudo o que eu sinto, apesar de achar que você já entende o máximo que alguém que não seja eu é capaz de entender. Eu queria a situação real pra poder te provar melhor... mas eu não tenho dúvida nenhuma, amor. É você quem eu amo. Se ele me viesse agora e me oferecesse abraço, colo, beijo, eu bem provavelmente aceitaria de tão vulnerável que eu estou nesse momento. Mas nunca, em momento algum, eu o aceitaria de volta. Não dá pra viver de outro jeito depois que conheci o que é viver com você e com todas as coisas boas que você traz junto. Nunca, meu amor, ele ou qualquer outro conseguirão ser como você é. E eu quero você aqui agora. Dói meu peito e minha cabeça só de pensar no quanto quero você aqui agora. Eu sei que isso tudo que escrevi não faz o mínimo sentido... são só coisas que foram saindo sozinhas. Eu não sei de muita coisa, nunca soube. Sou infinitamente limitada. Mas eu te amo do jeito mais puro que sou capaz, dentro dos meus limites, dentro das minhas fraquezas. Eu te amo porque contigo  eu sou eu, e comigo você é você. Nós somos nós na essência quando estamos juntos. E nossa essência é linda. Não canso de imaginar essa essência naqueles que podem vir a ser o Lennon e a Julia. Eu quero ser eu pra sempre.